terça-feira, 28 de setembro de 2010

Égua, escroto.

Pinou.

Desembestou e caiu de carambela.

Reclamou:
- Égua, escroto, me fudi todo, tou todo torto.

E chegaram pra ajudar:
- Num te apuqueta e deixa de pavulage.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Bustela

Apertou-a entre o indicador e o polegar e a fez girar.

Vários giros consecutivos para desgastar e deixar seco.

Quando seco estava, passou para sobre a unha do dedo médio, fazendo mira e força.

Disparou.

Foi certeiro, no olho esquerdo do colega de trabalho que nada pode dizer além de:

- Credo, que porcaria!

domingo, 8 de agosto de 2010

Violência

Nós sempre escutamos reclamações do tipo "como o mundo está violento", "antigamente não era assim" e coisas do gênero.

E esquecemos que a nossa humanidade sempre esteve em guerra, tiranos insanos explorando suas populações, xenofobia e tantos outros atos.

Tratar da violência como algo além da nossa capacidade como ser humano, é abdicar o que realmente somos e nossos 3500 anos de história escrita, estão aí justamente para embasar que isso é parte do que realmente somos: Maus.

Esquecer da violência, é esquecer quem somos, humanos e nos tornarmos cientes do que queremos ser, seria isso o passo para evoluir?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ai que merda!

Sentou no vaso e sentiu as contrações e dilatações.

Sentia como se uma cobra saísse do seu ânus de tão firme que era aquela bosta, mas ao mesmo tempo escorregadia e viscosa.

Gritou para esposa: - Traz mais papel AMOOOOR!

Ela caiu no chão desmaiada ante o fedor

Levantou e foi acudir a esposa com as calças arriando e as bochechas da bunda meladas de bosta.

- Amor acorda! Amor acorda!
- Amor...
- Ai que bom que você acordou!
- Por favor, dá descarga.

E voltou a desmaiar.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Educação

- Pare essa bosta que eu quero descer, maldito ônibus de merda, maldito motorista, maldito trânsito, maldita cidade, maldito país. Ei cobrador filho da puta! vai tomar no cú, seu idiota, cara de hamburguer, preguiçoso de merda. Vai tomar no rabo, seu velho de merda, fica aí ocupando lugar, tá atrasado pra morrer. Cala a boca moleque, tu não sabe de nada, vai viver e aprender a curtir a vida. Pois não senhorita, pode passar. Humm, ô morena.

Contágio

Ela que sentou na cadeira e sentiu um calor absurdo que lhe arrepiava cada um dos pelos depilados de seu corpo, assim como os não depilados, calafrios andantes que lhe percorriam a espinha como um elevador de prédio comercial em Nova Iorque, São Paulo ou Tóquio.

Eis que foi descendo a sua própria umidade e morder os lábios era uma obrigação para consigo mesmo, para com seu corpo, para com seu desejo. Sentia os mamilos enrijecerem contra o soutien de jeito a dar um certo vácuo no entorno apesar dos tamanho apertado do apetrecho feminino.

Enrolou os cabelos de trás da orelha com dois dedinhos da mão e se contraiu em seguida.

Não resistiu e deu um pequeno "ai!" que foi quase um sussurro, não escandaloso, não agudo, um simples gemido que apenas o colega do cubículo ao lado alcançou e ao escutar começou a ter seus próprios sintomas pois o gozar é algo contagiante.

domingo, 18 de julho de 2010

Amor, além.

Sentiu o cheiro dela no ar, era algo que misturava cerveja, colônia barata e sêmen. Ela tentou beijá-lo que desviou no ato. Tiveram um princípio de briga pois de todos aqueles odores nem um deles tinha a ver com ele, e ela era sua esposa.

Ele bebia vinho, usava Polo e não gozava na esposa.

Ela curtia uma cerveja, disfarçar sua sacanagem com perfumes baratos e o que gozassem no seu corpo, exceto no olho.

Mas ele a recolheu e lhe deu 1 banho, 2 engoves e 3 lições de compostura.

Na segunda feira, voltaram a ser um bonito casal de sociedade.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Não lambe não.

E ele que achava que já tinha visto, ouvido e experimentado de tudo, escutou:

- Posso lamber sua quelóide?
- O quê?
- Sua quelóide, essa cicatriz aqui.
- Não, claro que não!
- Ela não é sensível?
- Não, claro que não!
- Vai, deixa eu lamber, não vai doer nada em você e o pior que pode acontecer é eu me excitar.
- Cai fora!
- Mas...
- Cai fora! Sai daqui.

E ele pensou no valor sentimental que tinha aquela maldita cicatriz que o fazia lembrar da morte de seus filhos gêmeos, de sua amada esposa e de seu cachorro Totó.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Bondade do Azul

Mirava nas bolas de naftalina no mictório, a urina laranja avermelhada devido a todos os remédios da quimioterapia que quando se encontravam com a superfície mal lavada do lugar de urinar, tornava-se azul. Acreditou que aquilo era um sinal divino, assistiu em filmes a vida toda que algo que muda do vermelho pro azul, sempre é algo bom.

Sorriu e pensou a respeito de sua vida e de tudo que iria fazer com ela.

Então morreu três meses depois.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Tarja Preta

Segurou a lâmina firme com a mão esquerda, apesar de não ser canhoto. E fincou com força na altura do cotovelo do braço oposto e levantou o corte até o punho fechado. O corte em diagonal bizarra fundo o suficiente para desarticular os tendões daquela mão. O braço ainda possuía a articulação, mas dor do mesmo não permitia que ele se erguesse ou que tivesse algum nervo alí que transmitisse algum impulso elétrico que não fosse dor, e mesmo se tivesse seria suprimido pelo código que só nosso cérebro interpreta e comanda e o mesmo cairia naquela caixa de lixo eletrônico no momento, para um dia quem sabe ser interpretado como espasmo.

Largou da mão esquerda a tal arma de corte e se perguntou por quê? porque fez aquilo. Viu seu remédio tarja preta em cima da mesa e percebeu então que o relógio estava parado. A pilha acabou, o relógio parou, ele se cortou, quase morreu, se arrependeu, pegou o telefone e ligou.

- Alô! tenho uma emergência.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Culpado!

O Acusada tinha pra lá de seus 70 anos. A Vítima por volta dos 60.

A Vítima insistia que o Acusada era culpado. Se vê de tudo em um juizado de pequenas causas.

Mas O AcusadO dizia que não lembrava do ocorrido, ocorrido este há mais de 50 anos, alegava também que não tinha mais idade para lembrar mesmo.

Mas a vítima insistia, dizia que não pensava em nada além disso desde os 40, que tudo ocorrera quando ela tinha 10 anos.

O juíz que precisava resolver tudo muito rápido para pegar um caso de celular pediu para a vítima acusar diretamente a culpada por seu crime, e ela o fez.

"Ele é culpada de varrer meu pé, e por isso nunca casei".

E o juíz, fez pigarrear a garganta e cansou do circo armado. "Eu os declaro marido e mulher, é a sua sentença de culpado".

quarta-feira, 31 de março de 2010

Sonho Siliconado.

Sentia dó da esposa, que estava alí todos os dias ao seu lado e apesar do imenso tamanho de suas nádegas reclamava do tamanho dos seios, que sequer faziam volume. Poussuia ela um corpo escultural de índia incitadora do estupro dos portugueses de quando no Brasil chegaram. Curvas sensuais que iam da cintura pra baixo, nos seios tão lisa quanto uma tábua.

E ele trabalhou, trabalhou, horas e horas extras pra pagar a cirurgia da esposa, aquela que lhe faria feliz, a plástica dos sonhos, 200ml para cada seio o que de última hora aumentaram para um total de 600ml. Cirurgia difícil, injetada por uma canola que passava pelo umbigo e não deixava sequer outra cicatriz vizível além do próprio furo em nossa barriga que é a primeira cicatriz de nossas vidas.

Ela descansou, repousou, manteve resguardo.

No dia dos finalmente, que o marido considerava a inauguração de seu novo parque de diversões, não achou nada mais que um bilhete e que nele dizia "Valeu, muito obrigado. Mas agora virei puta!"

domingo, 7 de março de 2010

Para lembrar de Helena

Esse é um recorte da minha vida.

Na minha primeira semana em porto alegre, eu voltava razoavelmente torto pra casa e de onibus. Por algum motivo que só os bêbados sabem, eu fiquei de pé apesar da dezena de lugares disponíveis para sentar.


Ali em pé com o braço direito erguido eu olhava para o fundo do onibus, que tinha uma moça linda. Rosto redondo, olhos claros, cabelo modernoso, bracinho gordo, bem o meu tipinho. Mas eu né, tava ali me contendo e na minha bebunidade comecei a achar que aquela mocinha
estava me olhando.

Depois de um tempo, eu percebi que ela realmente estava me olhando, mas já era o meu ponto de ônibus. Quando fui me aproximando, ela sorriu, tirou os fones do ouvido e me olhou. Eu fiz um daqueles sorrisos bobos e disse "meulogin@instantmessenger.com você decora?" e ela
me respondeu com "seulogin@instantmessenger.com eu decoro".

Desci do ônibus com um olhar faceiro e ela abre a janelinha e dá "boa noite"e eu só balancei com a cabeça assentindo a saudação.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Gostos e Desgostos

Ao olhar para aquele suculento rosbife mal passado, que sangrava na medida certa, a cor variando entre marrom tostado das extremidades e seguindo em um degradê ao vermelho vivo no epicentro dele, que contrastava com amarelo brilhante da fina linha de gordura que estava alí para acentuar o sabor. Sentiu a boca salivar.

Serviram-lhe em um cálice alto e de boca larga, cabernet de safra de uns anos atrás, uma muito boa diga-se de passagem, frutado e seco nas medidas corretas, sabia disso sem mesmo provar. O aroma era tão agradável que as narinas se expandiam sem força para melhor absorver aquela sensação.

Olhou para a esposa com um olhar sereno e observou como suas rugas eram tão nítidas agora, assim como seus pés de galinha. Notava como a pele dela se sobrepunha no pescoço e em todos os nodos de sua saboneteira tão funda que dava uma agonia só de olhar. De olhar sua boca e saber que nem um daqueles 32 dentes não era prótese ou implante, imaginou como os seios dela estavam murchos e não podiam sustentar um decote. Parou de olhar.

Cortou um naco do bife que pegava justamente uma parte tostada, o meio mal passado e um filete de gordura. Levou a boca ao mesmo tempo que já segurava o cálice com a outra mão, fechou os olhos, mastigou bem o pedaço de carne, engoliu, sentiu a boca encher de água, então colocou o nariz da boca larga daquele copo, sentiu o aroma, bebeu do vinho e o gosto era exatamente como ele imaginara, um prazer inigualável. Que ao abrir os olhos e se deparar com sua esposa, vomitou tudo fora.

Sorriso.

Ele sentou tirou os calçados e deixou o restante para ela tirar, afinal ele estava pagando, aliás já havia pago. Nunca havia feito aquilo: pagar por sexo. Mas acreditava que na vida pra tudo existe uma primeira vez, até mesmo para essa frase clichê.

Era uma profissional do sexo como diria um vídeo do youtube, só que neste caso valia o dinheiro gasto. Pois fazia de tudo com dedicação merecida e não dava sequer beijo na boca.

Quando se deu por vencido e se espertou com o apitar da campainha que a hora havia acabado, se vestiu. Ela já estava pronta havia alguns minutos então ela se despediu com um beijo no rosto e ainda na porta ela disse "você tem um sorriso cativante" e saiu.

Ele querendo ouvir que era bom de cama, mas foi pra casa ainda mais feliz, pois sabia que aquele era realmente um elogio sincero.