domingo, 29 de março de 2009

Um dia.

Um dia teu corpo vai reclamar por todos os cereais e vegetais que nunca comeste. Por todos os bois, frangos e porcos que dividiste com os teus.

Um dia teu corpo vai responder com toda a força, por todos os maus tratos, pelas horas de exposição ao sol, pelo ácool com o qual atacaste teu fígado, pelas coisas inaladas, fumadas e injetadas.

Um dia teu corpo vai ser rude e deixar de responder aos teus mandos e desmandos e nesse momento, você vai se dar conta.

Está velho e vai morrer.

domingo, 22 de março de 2009

Martelo Orbital

Observava cautelosamente aquele artefato, pesava aproximadamente uns 12Kg, um cabo com mais ou menos 70 cm de comprimento e algo entre 1,5 e 2 polegadas de diâmetro, o peso do objeto concentrado em uma das pontas em um paralelepípedo em ferro, o cabo possivelmente de ferro com acabamento em tiras de couro marrom trançadas formando belas ondas; na outra ponta uma alça para que o objeto não escorregasse da mão quando manejado.

O tal objeto girava, e seu centro orbital era alguém que nem conhecia, pelos traços do rosto dava pra ver que era de uma tribo rival a minha, o objeto circundava a sua cabeça. Eu obeservava pasmo pois sabia que aquele martelo de guerra atingiria a minha cabeça em breve.

Mas tudo acontece tão lentamente, que reflito a respeito de minha vida e só me vem uma pergunta "Vale a pena morrer por tão pouco?".

domingo, 8 de março de 2009

Sai daí, porra!

Encostou contra a porta do banheiro que não tinha tranca, forçava que a mesma continuasse fechada com as costas, deu uma distância de meio metro entre as pernas e depositou seu peso sobre o acesso. Com as mãos livres, se ocupou de abrir o zíper e escalar seu pau para fora.

Ela ajoelhada sobre os tênis dele para não se sujar naquele banheiro imundo cheio de baganas de cigarro, urina e papel higiênico. A posição que ela se encontrava não precisa de legenda para o que eles faziam alí.

Perto do Ápice, um toc toc na porta.

- Vamos sair daí, tem mais gente querendo usar o banheiro.

Quem estava dentro ignorou o pedido, e como aquele era o único banheiro fechado ao acesso masculino e existem necessidades que o mictório não atende, mais uma vez batidas na porta, mais fortes e menos espaçadas.

- Vamos sair porra! - Nesse exato momento,quem está dentro do banheiro goza, ele segura o braço da menina e a puxa para cima, já saindo com ela do banheiro, o de dentro do banheiro encara o primeiro da fila e diz:

- Obrigado! se você não tivesse pedido, acho que a porra nunca ia sair.