quarta-feira, 21 de abril de 2010

Tarja Preta

Segurou a lâmina firme com a mão esquerda, apesar de não ser canhoto. E fincou com força na altura do cotovelo do braço oposto e levantou o corte até o punho fechado. O corte em diagonal bizarra fundo o suficiente para desarticular os tendões daquela mão. O braço ainda possuía a articulação, mas dor do mesmo não permitia que ele se erguesse ou que tivesse algum nervo alí que transmitisse algum impulso elétrico que não fosse dor, e mesmo se tivesse seria suprimido pelo código que só nosso cérebro interpreta e comanda e o mesmo cairia naquela caixa de lixo eletrônico no momento, para um dia quem sabe ser interpretado como espasmo.

Largou da mão esquerda a tal arma de corte e se perguntou por quê? porque fez aquilo. Viu seu remédio tarja preta em cima da mesa e percebeu então que o relógio estava parado. A pilha acabou, o relógio parou, ele se cortou, quase morreu, se arrependeu, pegou o telefone e ligou.

- Alô! tenho uma emergência.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Culpado!

O Acusada tinha pra lá de seus 70 anos. A Vítima por volta dos 60.

A Vítima insistia que o Acusada era culpado. Se vê de tudo em um juizado de pequenas causas.

Mas O AcusadO dizia que não lembrava do ocorrido, ocorrido este há mais de 50 anos, alegava também que não tinha mais idade para lembrar mesmo.

Mas a vítima insistia, dizia que não pensava em nada além disso desde os 40, que tudo ocorrera quando ela tinha 10 anos.

O juíz que precisava resolver tudo muito rápido para pegar um caso de celular pediu para a vítima acusar diretamente a culpada por seu crime, e ela o fez.

"Ele é culpada de varrer meu pé, e por isso nunca casei".

E o juíz, fez pigarrear a garganta e cansou do circo armado. "Eu os declaro marido e mulher, é a sua sentença de culpado".