sexta-feira, 2 de maio de 2008

Corra, Marcelo, corra!

Era perto da meia noite quando Gisela ligou para Marcelo.

- Oi meu lindo, queria que você soubesse que tou perto da sua casa esperando o meu ônibus. Liguei só para dizer que fico feliz em saber que estou perto de ti mesmo não dando para te ver.
- Meu amor espera, eu vou aí.
- Marcelo, o último ônibus vai passar, em 2 minutos e tu sabe que é difícil deles atrasarem.
- Tá, mais vou mesmo assim. Tou indo, tou indo, um beijo.
- Um beijo.

E ele estava dorminhoco mas despertou em riste, havia sido um péssimo dia de trabalho, pôs uma calça e uma camiseta. E saiu correndo sem dizer nada. As pessoas com quem ele dividia apartamento, não entenderam o que acontecia, ele não parou para explicar.

Eram dois quarteirões até o ponto de ônibus, ele como um louco saiu correndo. Na cabeça ecoava algo como "Corre, Forest, Corre!" e corria. Ao se aproximar do ponto, viu o ônibus a 100 metros parado no sinal vermelho. Correu, correu e chegou onde queria.

Nem era dia de lua cheia, mas era como se fosse. Um céu noturno daquele tom que você não sabe se é preto ou um roxo muito escuro. Mas havia algo no clima que parecia haver uma iluminação além da pública, fosse o amor provavelmente.

Num ponto de ônibus lotado, ele ali ofegante procurava por Gisela. Com os pés e pescoço esticados tentando enxergá-la, o coletivo já se aproximava e por de trás dele ela surge cutucando-o com o indicador da mão direita nos ombros.

- Oi meu lindo. Como é bom te ver.
- Também acho bom te ver. Vim te trazer um beijo.

E se beijaram. Ela fez uma cara de envergonhada e sorriu como se nenhum dos outros beijos tivesse sido tão especial quanto aquele. Todas as outras pessoas já haviam subido no ônibus e ela disse.
- Te gosto.
- Te gosto também.

Ele ali com cara de bobo ficou esperando o ônibus partir e não mais poder ver Gisela. Ela pensou "gosto dele, mas ele podia ser menos infantil e me pedir para dormir com ele" enquanto ele pensava "Eu poderia ter dito ao telefone para ela dormir em casa, mas eu nunca teria essa história para contar".

Ficou alí por longos 5 minutos e decidir voltar para casa, apreciando a lua que não existia iluminar somente o seu caminho.

2 comentários:

Camila Mazzini disse...

pôoooo marcelo.

mas se fosse um dia como hoje, ou ele não sairia correndo, ou ele teria convidado ela... pq ninguém merece essa chuva ;P

beijo médiciiiiiiii

Médici disse...

E como chove! parece até que estou em Belém.