terça-feira, 6 de maio de 2008

Mama Television

Posso dizer que a televisão me educou. Assisti nela uma vez que desde sua invenção o ser humano está passando por um processo de mudança, tornando-se multimídia, absorvendo informações com maior facilidade e estamos exatamente nas gerações intermediárias. Engraçado saber que estamos deixando de ser Homo Sapiens para evoluírmos. Darwin gostaria disso.

Antes de ir para escola assistia desenhos animados, Pernalonga o meu predileto. Sim, o antigo não se enquadra ao politicamente correto de hoje, basta assistir a uma versão atual ver a porcaria que é, sem fósforos no pé, sem pessoas caindo de penhascos, sem pianos na cabeça e sem objetos perfurantes. Deve ter algum mecanismo de censura pra isso.

Prefiro série à novela. Me dá nos nervos o caminho que a novela ganha, como as pessoas se comprometem tanto com histórias que são tão parecidas com as suas, vivendo os mesmos dramas que só se resolvem nos últimos capítulos, enquanto os da vida real ficam perdurando uma vida toda e alguns morrem sem os resolver. Prefiro as séries que tenham algo pra desvendar, um mistério, coisas interessantes sobre fatos históricos, ou mesmo uma visão nova a respeito de algo que já conheço.

Adoro filmes, histórias com início-meio-fim. Você se sente seguro assistindo um filme, sabe que vai ficar ali um tempo. Vai se divertir, chorar, ou despertar qualquer outra emoção e vai acabar sem muita complicação, sem mudança de roteiro ao longo do caminho. Ele sempre vai fechar a ideia que quer passar. Não, me desculpe doutor, mas filme que não tem final definido não passa na televisão aberta. Para a emissora seria se arriscar demais diante do cidadão mediano, ele vai trocar de canal.

Noticiários? Não quando criança, só quando mais velho. A primeira reportagem que vêm a cabeça é sobre a queda do muro de Berlin. Disseram: Assista a história acontecendo diante dos seus olhos. Eu penso que nós que vemos televisão sempre, assistimos a história acontecendo, mas como ela acontece gradativamente nós nem nos damos conta que estamos no meio do processo. É como na visão de nos tornarmos seres multimídia.

Sim, me vi na teve. Foi esclarecedor. Eu não percebi que participava da história até a história ser a minha, entende? Simplesmente aconteceu de pensar que uma metralhadora causaria muito mais impacto na mídia do que uma granada. Sinto culpa claro, não sou um psicopata. Mas não sei dizer o por quê de ter feito isso.

Não, nunca fui carente de atenção a televisão me deu toda a atenção que eu sempre precisei.

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