Um breve vôo sobre o deserto do Arizona. Um avião velho, de 50 anos atrás que não pode atravessar a barreira do som. Um piloto tão velho quanto, relembra seus dias de glória derrubando kamikazes em Pearl Harbor. Ele está velho e hoje voar é um hobby, não mais um dever e uma obrigação.
Lembrou de quando era jovem e estava na força aérea americana, sentia-se o defensor da humanidade por isso podia estuprar a vontade quantas garotinhas japonesas encontrasse durante a ocupação. Era o dono do mundo com seus compatriotas e podia condenar a fuzilamento qualquer pai de família que fosse contra o seu desejo árdil sexual.
Lembranças, que não eram boas, na verdade pecados. Sentiu um ardor no peito. largou as mãos do manche, o avião foi perdendo altitude. Lembranças dolorosas e um princípio de infarte latente, olhou para o solo estéril do deserto e soube que assim foi a sua vida e agora em sua morte, um infarte não seria o suficiente para regenerar sua alma.
E como últimas palavras disse "Deus abençoe a América!" e olhou para o horizonte e a voz da própria América respondeu "Não responsabilize a mim pelo seus atos, pessoa viu e egoísta".
Fechou os olhos e desejou estar morto antes de se chocar com o solo. Mas não, ele ardeu no inferno de chamas com a explosão que sucedeu.
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