Ele disse "Volta pra mim!". Ela retrucou "não, tenho pena de ti".
Ele completa "Se tem pena volta". Ela complementa "tenho pena do que você se tornou".
Ele inventa "não consigo viver sem você". Ela atormenta "então aprenda".
Ele lamenta "foi bom te conhecer". Ela entende "que bom que você compreende".
Ele atira "vaca ordinária". Ela morre "seu filho da puta".
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Mandos e Desmandos de Maurício
Maurício se dizia o tal, o maioral, aquele que mandava no pedaço.
Mandava e desmandava, fazia e desfazia, era governante e ao mesmo tempo fazia rei quem merecia.
Um dia encontrou uma bala perdida, que o fisgou no pescoço abrindo sua carótida com pouco esforço.
Enquanto o sangue jorrava, Maurício não via futuro e nem mandava em mais nada.
Mandava e desmandava, fazia e desfazia, era governante e ao mesmo tempo fazia rei quem merecia.
Um dia encontrou uma bala perdida, que o fisgou no pescoço abrindo sua carótida com pouco esforço.
Enquanto o sangue jorrava, Maurício não via futuro e nem mandava em mais nada.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
O Vôo
Um breve vôo sobre o deserto do Arizona. Um avião velho, de 50 anos atrás que não pode atravessar a barreira do som. Um piloto tão velho quanto, relembra seus dias de glória derrubando kamikazes em Pearl Harbor. Ele está velho e hoje voar é um hobby, não mais um dever e uma obrigação.
Lembrou de quando era jovem e estava na força aérea americana, sentia-se o defensor da humanidade por isso podia estuprar a vontade quantas garotinhas japonesas encontrasse durante a ocupação. Era o dono do mundo com seus compatriotas e podia condenar a fuzilamento qualquer pai de família que fosse contra o seu desejo árdil sexual.
Lembranças, que não eram boas, na verdade pecados. Sentiu um ardor no peito. largou as mãos do manche, o avião foi perdendo altitude. Lembranças dolorosas e um princípio de infarte latente, olhou para o solo estéril do deserto e soube que assim foi a sua vida e agora em sua morte, um infarte não seria o suficiente para regenerar sua alma.
E como últimas palavras disse "Deus abençoe a América!" e olhou para o horizonte e a voz da própria América respondeu "Não responsabilize a mim pelo seus atos, pessoa viu e egoísta".
Fechou os olhos e desejou estar morto antes de se chocar com o solo. Mas não, ele ardeu no inferno de chamas com a explosão que sucedeu.
Lembrou de quando era jovem e estava na força aérea americana, sentia-se o defensor da humanidade por isso podia estuprar a vontade quantas garotinhas japonesas encontrasse durante a ocupação. Era o dono do mundo com seus compatriotas e podia condenar a fuzilamento qualquer pai de família que fosse contra o seu desejo árdil sexual.
Lembranças, que não eram boas, na verdade pecados. Sentiu um ardor no peito. largou as mãos do manche, o avião foi perdendo altitude. Lembranças dolorosas e um princípio de infarte latente, olhou para o solo estéril do deserto e soube que assim foi a sua vida e agora em sua morte, um infarte não seria o suficiente para regenerar sua alma.
E como últimas palavras disse "Deus abençoe a América!" e olhou para o horizonte e a voz da própria América respondeu "Não responsabilize a mim pelo seus atos, pessoa viu e egoísta".
Fechou os olhos e desejou estar morto antes de se chocar com o solo. Mas não, ele ardeu no inferno de chamas com a explosão que sucedeu.
domingo, 24 de agosto de 2008
Beijo
Ele a beijou pela manhã e ela tinha gosto de pão com manteiga.
No almoçou quando a beijou tinha gosto de feijão com arroz.
No meio da tarde ela tinha gosto de café e bolachas de água e sal.
A noite ela tinha gosto de alho e queijo.
...
E lembrou que um dia ela tinha gosto de queijo importado pela manhã, de vinho tinto no almoço, de trufas de chocolate no meio da tarde e a noite o gosto amargo do seu sêmen.
No almoçou quando a beijou tinha gosto de feijão com arroz.
No meio da tarde ela tinha gosto de café e bolachas de água e sal.
A noite ela tinha gosto de alho e queijo.
...
E lembrou que um dia ela tinha gosto de queijo importado pela manhã, de vinho tinto no almoço, de trufas de chocolate no meio da tarde e a noite o gosto amargo do seu sêmen.
Vôo digestivo
Era a mais linda modelo do mundo. Os mais altos contratos, roupas dos melhores estilistas e sempre na capa das revistas mais importantes revistas de moda.
Um dia se enfeiou feito uma gata borralheira para ver o que as pessoas comuns falavam de suas capas e foi a uma banca de revistas, onde várias revistas em quadrinhos estavam no seu caminho, e acabou folheand uma a uma.
Observando os corpos esculturais desenhados das super-heroínas. Quando avistou a mais recente edição da revista da Mulher-Maravilha, ela simplesmente deduziu uma coisa: Voar emagrece, não existem super-heroínas gordas.
Um dia se enfeiou feito uma gata borralheira para ver o que as pessoas comuns falavam de suas capas e foi a uma banca de revistas, onde várias revistas em quadrinhos estavam no seu caminho, e acabou folheand uma a uma.
Observando os corpos esculturais desenhados das super-heroínas. Quando avistou a mais recente edição da revista da Mulher-Maravilha, ela simplesmente deduziu uma coisa: Voar emagrece, não existem super-heroínas gordas.
Dizer
- Diz que me ama?
- Digo.
- Então diz!
- Te amo.
- Foi difícil?
- Não.
- Por que nunca disse antes então?
- Porque é fácil dizer quando não reprenta nada.
- Digo.
- Então diz!
- Te amo.
- Foi difícil?
- Não.
- Por que nunca disse antes então?
- Porque é fácil dizer quando não reprenta nada.
O Pequeno
Vindo de um planeta distante, um asteróide na verdade, onde ele era o único habitante e de tão alta nobreza era seu espírio que merecia o título de príncipe.
Quando pôs os pés na Terra em sua ingenuidade entrou em contato com os homens que quiseram entender como ele veio de tão longe sem nenhuma espaçonava ou traje espacial, como aquele ser respirava no vácuo.
Mas ele queria apenas fazer amigos e confiou nos homens, os mesmos que o trancafiaram em um laboratório por meses testando seus limites até dar cabo em sua vida e dissecarem seu corpo para e perceberem que era idêntico ao corpo de qualquer outro humano.
E perceberam em sua estupidez que simplesmente o essêncial é invisível aos olhos.
Quando pôs os pés na Terra em sua ingenuidade entrou em contato com os homens que quiseram entender como ele veio de tão longe sem nenhuma espaçonava ou traje espacial, como aquele ser respirava no vácuo.
Mas ele queria apenas fazer amigos e confiou nos homens, os mesmos que o trancafiaram em um laboratório por meses testando seus limites até dar cabo em sua vida e dissecarem seu corpo para e perceberem que era idêntico ao corpo de qualquer outro humano.
E perceberam em sua estupidez que simplesmente o essêncial é invisível aos olhos.
O sussurro de Margot
Margot era a mais linda do escritório. As pernas mais torneadas e o seios mais fartos.
Seu marido Arnaldo era o mais canalha de todos, chegando em casa pela manhã de quinta-feira com bafo de cachaça e batom de uva no colarinho.
Enquanto seu filho chamava de Toninho, o mais mimado e egoísta de todas as crianças do bairro.
Dr. Tarso era o advogado seu chefe, que a assediava sempre que ia pegar um café. E era um viciado em cafeína.
Digão era o maníaco do trem que sempre tentava roçar seu pau nela pelas manhãs.
No meio disso tudo ainda tinha a aproveitadora Dona Flávia que arrumava alguma desculpa e uma mentira para Margot lhe arrumar dinheiro, não negava dinheiro à mãe mesmo ela sendo viciada em jogo.
Sem esquecer de Seu Roberto, que dizia para todo mundo que tinha problemas de memória e de respiração, onde colocava cânhamo concentrado no recipiente de seu nebulizador.
Então um dia Toninho pediu dinheiro para ir ao colégio, já que o pai estava bêbado no sofá e reclamou que o dinheiro e a atenção que Margot o dava não eram suficientes. Já que ela trabalhava a duas horas de casa e o dia inteiro para manter a casa em ordens já que Arnaldo sempre perdia o emprego. Margot engoliu a seco as palavras do menino.
No onibus finalmente Digão conseguiu ficar roçando seu pau como um típico tarado de trem em Margot, que na lotação absurda do vagão ela não tinha como fugir daquele abuso. Chegou no trabalho e seu chefe pediu para que ela abrisse um pouco o decote, ela se recusou. Ele entrou furioso.
O telefone tocou, era a mãe pedindo dinheiro para o fundo das senhoras de poucas posses, Margot sabia do que se tratava e disse que daria um jeito. Quando Dr. Tarso passou e ficou olhando para as pernas da secretaria, tal qual um lobo saliva a presa; ela as enfiou para baixo da mesa.
O telefone mais uma vez toca, era Dona Flávia novamente informando que o pai estava sendo preso por plantar maconha em seu quintal, disse que precisava de um advogado. Margot não tinha dinheiro, precisava falar com o patrão.
Abriu a porta e ele respondeu com aquele olhar de tarado. Perguntou do que se tratava, ela esclareceu. Ele levantou de sua mesa, colocou a secretaria contra a porta, fechando-a e disse que estava disposto a ajudar. Desceu o dedo de leve arregaçando o decote, ela o empurrou forte e ele caiu sobre a mesa de centro, de vidro, felizmente causando um acidente não fatal e infelizmente decisivo na carreira de Margot.
Demitida, arrumava as coisas já pensava em outros advogados conhecidos para intercederem por seu pai e trabalhistas para tratar de seu assédio por Dr. Tarso. Estava indo embora quando o celular tocou.
Era uma nova personagem que se apresentava, seu nome: Júlia, a dona do batom de uva. E só tinha uma coisa a dizer "Estou grávida de Arnaldo" e desliga.
Margot não era do tipo histérica, mas nesse dia ela resolveu gritar e gritou, com toda a sua força à plenos pulmões. E gritou, e gritou, disseram que os sistemas de comunicação tiveram interferência, que se escutou o agudo grito na China acordando inclusive os preguiçosos pandas do zoológico de Pequim. Era um grito como nenhum outro, somente os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki já tinha ouvido algo similar, mas não tão assustador.
E 30 segundos que Margot havia começado, parou de gritar e viu a devastação do que fez. 32,75km de destruição em cada direção que olhava, claro não sabia disso, mas sabia que tinha destruído a cidade inteira. Arnaldo, Toninho, Tarso, Digão, Flávia, Roberto e Júlia não existiam mais.
Respirou fundo e pensou como foi fácil resolver todos os seus problemas.
Seu marido Arnaldo era o mais canalha de todos, chegando em casa pela manhã de quinta-feira com bafo de cachaça e batom de uva no colarinho.
Enquanto seu filho chamava de Toninho, o mais mimado e egoísta de todas as crianças do bairro.
Dr. Tarso era o advogado seu chefe, que a assediava sempre que ia pegar um café. E era um viciado em cafeína.
Digão era o maníaco do trem que sempre tentava roçar seu pau nela pelas manhãs.
No meio disso tudo ainda tinha a aproveitadora Dona Flávia que arrumava alguma desculpa e uma mentira para Margot lhe arrumar dinheiro, não negava dinheiro à mãe mesmo ela sendo viciada em jogo.
Sem esquecer de Seu Roberto, que dizia para todo mundo que tinha problemas de memória e de respiração, onde colocava cânhamo concentrado no recipiente de seu nebulizador.
Então um dia Toninho pediu dinheiro para ir ao colégio, já que o pai estava bêbado no sofá e reclamou que o dinheiro e a atenção que Margot o dava não eram suficientes. Já que ela trabalhava a duas horas de casa e o dia inteiro para manter a casa em ordens já que Arnaldo sempre perdia o emprego. Margot engoliu a seco as palavras do menino.
No onibus finalmente Digão conseguiu ficar roçando seu pau como um típico tarado de trem em Margot, que na lotação absurda do vagão ela não tinha como fugir daquele abuso. Chegou no trabalho e seu chefe pediu para que ela abrisse um pouco o decote, ela se recusou. Ele entrou furioso.
O telefone tocou, era a mãe pedindo dinheiro para o fundo das senhoras de poucas posses, Margot sabia do que se tratava e disse que daria um jeito. Quando Dr. Tarso passou e ficou olhando para as pernas da secretaria, tal qual um lobo saliva a presa; ela as enfiou para baixo da mesa.
O telefone mais uma vez toca, era Dona Flávia novamente informando que o pai estava sendo preso por plantar maconha em seu quintal, disse que precisava de um advogado. Margot não tinha dinheiro, precisava falar com o patrão.
Abriu a porta e ele respondeu com aquele olhar de tarado. Perguntou do que se tratava, ela esclareceu. Ele levantou de sua mesa, colocou a secretaria contra a porta, fechando-a e disse que estava disposto a ajudar. Desceu o dedo de leve arregaçando o decote, ela o empurrou forte e ele caiu sobre a mesa de centro, de vidro, felizmente causando um acidente não fatal e infelizmente decisivo na carreira de Margot.
Demitida, arrumava as coisas já pensava em outros advogados conhecidos para intercederem por seu pai e trabalhistas para tratar de seu assédio por Dr. Tarso. Estava indo embora quando o celular tocou.
Era uma nova personagem que se apresentava, seu nome: Júlia, a dona do batom de uva. E só tinha uma coisa a dizer "Estou grávida de Arnaldo" e desliga.
Margot não era do tipo histérica, mas nesse dia ela resolveu gritar e gritou, com toda a sua força à plenos pulmões. E gritou, e gritou, disseram que os sistemas de comunicação tiveram interferência, que se escutou o agudo grito na China acordando inclusive os preguiçosos pandas do zoológico de Pequim. Era um grito como nenhum outro, somente os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki já tinha ouvido algo similar, mas não tão assustador.
E 30 segundos que Margot havia começado, parou de gritar e viu a devastação do que fez. 32,75km de destruição em cada direção que olhava, claro não sabia disso, mas sabia que tinha destruído a cidade inteira. Arnaldo, Toninho, Tarso, Digão, Flávia, Roberto e Júlia não existiam mais.
Respirou fundo e pensou como foi fácil resolver todos os seus problemas.
O beijo veloz
O vento no rosto, desgrenhando os cabelos. A velocidade estimulando a adrenalina, o cérebro amplamente satisfeito. Abrir os braços e pensar que está voando, existe resitência do ar pois o corpo humano não foi concebido para voar. E ainda sim ele estava alí a 100metros de altura.
E quando percebeu a rua com seus carros e pedestres lhe passou um longa metragem em preto e branco, mudo e sem ritmo, com as melhores cenas cheias de ruído como numa fita de vídeo VHS. Era a sua vida.
Fechou a cara e pensou "Puta merda!".
E beijou o chão a 112 km/h.
E quando percebeu a rua com seus carros e pedestres lhe passou um longa metragem em preto e branco, mudo e sem ritmo, com as melhores cenas cheias de ruído como numa fita de vídeo VHS. Era a sua vida.
Fechou a cara e pensou "Puta merda!".
E beijou o chão a 112 km/h.
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