domingo, 5 de abril de 2009

Gago

Se engasgou e perdeu a voz diante dela. Que era tão linda, doce e inteligente. Emudecia e gaguejava de nervoso na presença dela, nem a ritalina que tomava conseguia deixá-lo focado naquela situação.

Um dia ela lhe perguntou as horas, ele sequer conseguia dizer "meio dia", só acenava com a mão cortando o ar para indicar metade. Ela achou aquilo engraçado e convidou ele para almoçar. Ganguejando ele disse "sim". Ela falava e ele comia sem lhe olhar nos olhos, até que ela se deu conta de que ele não estava prestando atenção nela, ou simplesmente achou isso e falou:

- Você pode me dar um pouco de atenção?
- De-desculpe, é que que se-senão vai esfriar.

Ela ficou brava e foi embora, jogando os talheres e lhe deixando a conta.

Ele com cara de bobo, não conseguiu explicar que o que estava esfriando era seu amor platônico por ela.

Mesmo ferido o cão ainda ladra e morde

Um taco de golf faz um afago em sua rótula do joelho esquerdo, um tiro de 9mm um beijo em seu antebraço direito. Levanta o braço direito e leva um soco na boca. Antes que os dentes frontais caissem, indicava o cofre atrás da Monalisa falsa. Os gangsters riram de tamanho clichê e deixaram que o coitado se arrastasse até lá. Que abriu e tirou um bolo de notas que foi arremessando para cada um com o braço esquerdo em arremessos um tanto tortusos pois era destro. Quando entertidos em segurar as notas, sacou uma metralhadora israelense do fundo do cofre e com uma rajada apenas liquidou seus oponentes. largou a arma no chão, se escorou na parede e foi caindo aos poucos por causa da dor no joelho. quando caiu no chão, pegou seus cigarros no bolso do paletó, acendeu com seu isqueiro e disse:

- Hasta la vista baby. - E riu. Pois sabia que aquilo era muito clichê.