terça-feira, 27 de maio de 2008

Dirceu de Marília

- Oi amor, quer passear comigo?
- Claro!
- Estou passando aí para te buscar.

Marília em seu carro popular cor-de-prata buscou o pobre Dirceu em casa. Eram amigos, o chamar de amor não era mais que um tratamento carinhoso da parte dela e esperança da parte dele.

- Sabe amado, tu deveria gostar de Hermanos.
- Ah não, não gosto, acho triste.
- Mas tu sabe que não dá pra ser feliz o tempo inteiro.
- Isso é uma música do Wander...
- Pode me falar de alguém que tenha vendido mais de mil CDs, bem?

Riram um monte depois desse comentário e seguiram passeando de carro em um dia de chuva.

- Então, onde vamos?
- Dirceu, é uma surpresa.
- Ok, ok!

Seguiram escutando os tais Hermanos até o local. Dirceu achava um saco, mas não queria comentar nada para não magoar Marília, afinal quem escutava aquelas músicas tristes deveria ter alguma tendência a cortar os pulsos.

Ao descer do carro, viu uma placa gigante que dizia "Batom Rouge", imediatamente veio o filme com o Ewan McGregor e a Nicole Kidman, um bar ou algo assim, ótima pedida para um sábado como aquele.

Mas não era um bar.

- Marilia, isso é um salão de beleza!
- Sim.
- O que estamos fazendo aqui?
- Vim fazer meu cabelo e as unhas.
- Hummm, e por que me trouxe?
- Você como filho único criado com avó, não gosta de futebol, então não iria jogar uma pelada, muito menos assistir na TV, como estava disposto a passear, te trouxe comigo. E é rapidinho, daqui a pouco nós saímos daqui e vamos comer alguma coisa.

Nesse momento Dirceu percebeu como o amor por Marília não deixaria nunca de ser platônico, ele pensava que ela pensava que ele não era mais que o amigo gay. Ela pensava que ele pensava que ela pensava que ele era somente o amigo gay. E ele pensou que ela pensava que ele estava pensando exatamente isso. Tudo numa fração de segundo, desconversaram, ela foi atendida pela cabeleireira que iria lavar o seu cabelo. Ele pegou um banquinho e ficou alí ao lado dela como um capacho, conversando bobagens e futilidades.

Cabelos lavados, foram secados, para então serem cortados, escovados, hidratados e mais uma vez escovados. Marília estava linda, e Dirceu com cara de entediado. Cansara daquelas 3 horas do salão. Mas nem sabia que apenas 3 horas decorreram, para ele uma eternidade.

- Amado...

Não deu atenção, só refletiu sobre a música imposta, sobre o passeio em um salão de beleza. Mas ele estava apaixonado do mesmo jeito, e optou por ficar calado.

- Amado, acabou sua tortura, vou te levar pra comer.
- Oba!

Ele foi ao carro, buscou o guarda-chuva, se molhou parcialmente com a chuva fina, mas suficiente para acabar com aquelas 3 horas de arrumação de cabelo. Conduziu belíssima até o carro, sentou-se no banco do carona, escorreu o guarda chuva para não molhar dentro do carro. E Marília diz:

- Amor, você é um amor.
- Que isso, eu só...

E foi interrompido por um beijo, que perdurou alguns minutos até que ficassem ofegantes. Marília senhora da situação falou:

- Então vamos comer?

Dirceu com a maior cara de idiota do mundo, fez que sim com a cabeça, as maças do rosto coradas. Desfez todo e qualquer pensamento anterior, agora só pensava de novo em Marília, em como ela era encantadora e realizara algo que ele nunca na vida imaginou, transformou o platônico em real.

Passaram do Drive-thru de uma lanchonete, comeram algo sem cebola ou alho. Se beijaram mais um pouco e ela seguiu o rumo da casa dele.

Ao chegar na porta, ele pergunta:

- Então, o que será que poderíamos fazer mais tarde?
- Puxa, não vai dar, eu tenho um encontro.
- Mas...
- Amado, me desculpa, tu é o mais amável de todos, adorei a tarde, me disse muito sobre você e o quanto eu poderia estar pensando errado de ti. Mas eu tenho um grande amor que eu não queria...

Dirceu nem esperou ela terminar, desceu do carro, bateu a porta como se não tivesse tido nunca uma geladeira em casa, entrou em casa com lágrimas nos olhos e o coração partido em pedaços. Escutou o carro indo embora e nem mesmo olhou para trás, deitou na cama olhando para o teto tentando eliminar todo e qualquer pensamento da cabeça, mas nada acontecia. Ele pensava nela, nos momentos bons após o sacrifício.

Depois de muito pensar, pegou o celular no bolso e escreveu uma mensagem de uma linha:"VACA!".

terça-feira, 20 de maio de 2008

O Desejo

Fez um pedido.

Há muitos anos ele não via uma estrela cadente, já era experiente o suficiente para saber que não passava de um meteoro incendiando-se na atmosfera terrestre. Mas ainda sim, quis ser bobo e pensar que seu podido poderia se realizar.

Pensou nela, naquela que ele sentia saudade. E refletiu sobre coisas que não se deve pedir às estrelas por pura cortesia: Não pedir mais desejos, pois iria exaurir várias estrelas cadentes em supernova; não ressuscitar os mortos, respeitando o descanso dos mesmos; não pedir para que ninguém se apaixone por você, por tamanha invasão do desejo alheio.

Dormiu.

No dia seguinte, a manchete de jornal. "Meteorito deixa vítima fatal". Nem leu o restante da notícia, pegou o celular e ligou imediante para ela "Alô! Tudo bem com você?", ela respondeu com um "Fisicamente sim", depois de longos minutos desligou, sentiu remorso do desejo feito na noite anterior. Botou o mais lindo dos ternos pretos que tinha, e seguiu ao funeral com o desejo que o restante do pedido realizar-se-ia logo.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Sopa de Envelope

- Algum de vocês dois tomou a minha sopa de carne? disse Pedro.
- Me tira dessa Pedro, sabes que eu não como carne. Respondeu Mariano.
- Eu tomei uma de legumes que tava por alí. Acrescentou Henrique.
- Não, eu tomei a de legumes. Retrucou Mariano.
- Então será que não foi você que comeu a de carne Henrique? Pedro perguntou novamente.
- Não cara, eu tomei a de legumes, tinha até pedaços de cenoura.
- Porra gente, que merda, só tem um envelope de sopa de feijão. diz Pedro.
- Não pode ter de feijão, eu comi a última de feijão. Acrescentou Mariano.
- Então não era a última. Pedro fala e segue falando depois de uma pequena pausa de reflexão.
- Mariano, você não comeu a de carne enganado?
- Não, tinha gosto de feijão.

Henrique cruza os braços, arqueia a sobrancelha e diz:

- Ué, mas todas essas sopas de envelope não tem gosto de feijão?

sábado, 10 de maio de 2008

Duda, quer casar comigo?

No primeiro andar dona Sofia reclamou, sobre o que algum vagabundo escreveu na rua.

Já no segundo seu Januário disse que quase deu um tiro no pixador.

Maria Eduarda do terceiro andar, achou que era uma prova de amor de Humberto.

No quarto Gilberto pedia para Estela seus óculos que ele não estava conseguindo ler.

Adriano do quinto, estava com a persiana fechada se recuperando da noite anterior.

Elisa e Linda, que dividiam o apartamento do sexto queriam saber o quanto ia durar esse relacionamento.

No sétimo, Eduardo ligou na hora para Henrique para saber se era de verdade a proposta.

Na cobertura Pedro desacreditava completamente naquele tipo de amor.

E não havia nada de singular para os transeuntes que caminhavam por cima das letras garrafais que diziam "Duda, quer casar comigo? H."

terça-feira, 6 de maio de 2008

Mama Television

Posso dizer que a televisão me educou. Assisti nela uma vez que desde sua invenção o ser humano está passando por um processo de mudança, tornando-se multimídia, absorvendo informações com maior facilidade e estamos exatamente nas gerações intermediárias. Engraçado saber que estamos deixando de ser Homo Sapiens para evoluírmos. Darwin gostaria disso.

Antes de ir para escola assistia desenhos animados, Pernalonga o meu predileto. Sim, o antigo não se enquadra ao politicamente correto de hoje, basta assistir a uma versão atual ver a porcaria que é, sem fósforos no pé, sem pessoas caindo de penhascos, sem pianos na cabeça e sem objetos perfurantes. Deve ter algum mecanismo de censura pra isso.

Prefiro série à novela. Me dá nos nervos o caminho que a novela ganha, como as pessoas se comprometem tanto com histórias que são tão parecidas com as suas, vivendo os mesmos dramas que só se resolvem nos últimos capítulos, enquanto os da vida real ficam perdurando uma vida toda e alguns morrem sem os resolver. Prefiro as séries que tenham algo pra desvendar, um mistério, coisas interessantes sobre fatos históricos, ou mesmo uma visão nova a respeito de algo que já conheço.

Adoro filmes, histórias com início-meio-fim. Você se sente seguro assistindo um filme, sabe que vai ficar ali um tempo. Vai se divertir, chorar, ou despertar qualquer outra emoção e vai acabar sem muita complicação, sem mudança de roteiro ao longo do caminho. Ele sempre vai fechar a ideia que quer passar. Não, me desculpe doutor, mas filme que não tem final definido não passa na televisão aberta. Para a emissora seria se arriscar demais diante do cidadão mediano, ele vai trocar de canal.

Noticiários? Não quando criança, só quando mais velho. A primeira reportagem que vêm a cabeça é sobre a queda do muro de Berlin. Disseram: Assista a história acontecendo diante dos seus olhos. Eu penso que nós que vemos televisão sempre, assistimos a história acontecendo, mas como ela acontece gradativamente nós nem nos damos conta que estamos no meio do processo. É como na visão de nos tornarmos seres multimídia.

Sim, me vi na teve. Foi esclarecedor. Eu não percebi que participava da história até a história ser a minha, entende? Simplesmente aconteceu de pensar que uma metralhadora causaria muito mais impacto na mídia do que uma granada. Sinto culpa claro, não sou um psicopata. Mas não sei dizer o por quê de ter feito isso.

Não, nunca fui carente de atenção a televisão me deu toda a atenção que eu sempre precisei.

domingo, 4 de maio de 2008

Quatro dignos senhores em uma disputa calorosa.

Lá estavam os quatro senhores sentados em suas poltronas individuais, cada um fumando seu cachimbo, esquentados por uma lareira que ardia furiosa. Que pela falta de vigor, os senhores simplesmente não tentavam lhes abrandar. Algum deles disse que era o tempo queimando, outro disse que suas vidas. A vida como uma lareira, que demora a incendiar, queima aos poucos e urge em labaredas fumegantes, aos poucos vai perdendo a força, viram brasas até que ao pó retornam.

Afrânio, Floriano, Gilberto e Carlos; Advogado, Médico, Engenheiro e Jornalista, respectivamente. Ambos por volta dos 60 e muitos, viúvos e se conhecem desde criança. Adicionado o gosto pelo tabaco, paramaí as semelhanças entre eles.

- Caros, qual de nós será o primeiro a morrer? Pergunta Floriano, após uma longa tragada em seu cachimbo.
- Você como médico é quem nos deveria dizer isso. Retruca Afrânio.
- Mas se ele dissesse o que pensa, ele não escutaria as nossas opiniões. Comenta o jornalista.
- Eu. Num tom seco afirma Gilberto.

O que era para ser uma pergunta retórica, caiu como uma bomba entre os amigos. O médico imediatamente se arrependeu do que disse, por perceber que não é o tipo de coisa que se pergunta quando não se consegue imaginar uma vida mais 30 anos a frente.

- Pare com idiotices Gilberto, você é o mais saudável de todos nós. Diz Afrânio.

Com um olhar cabisbaixo Gilberto deixa o cachimbo de lado e diz:

- Próstata, estágio inicial, talvez consigam reverter com quimio.

Todos concordam com a cabeça, faz-se um tempo de silêncio. longas tragadas, até que Carlos faz um breve comentário.

- É ultrajante colocarem o dedo no seu cu e dizerem que você tem câncer.

Concordam com a cabeça mais uma vez, outra pausa. Até que Afrânio se pronuncia.

- Por coincidência eu fiz o meu exame ontem.
- E foi bom para você? Carlos comenta sarcasticamente.
- A falecida senhora sua mãe vai bem? Era o mais próximo de um palavrão que Afrânio conseguia chegar, após anos de retórica nos tribunais.

Antes que Carlos pudesse treplicar a ofensa Floriano volta a se pronunciar:

- Não acho que esse assunto vá render, estamos desperdiçando tempo com bobagens a respeito de um assunto que pode estar ferindo nosso amigo Gilberto.
- Eu vou superar. Completa o Engenheiro.

Outra pausa e uma longa tragada. Gilberto se pronuncia:

- Lembrei de uma coisa agora.
- O quê? Pergunta Carlos.
- De quando éramos rapazolas, e disputamos para ver quem tinha o pinto maior.
- Não, não Gilberto! Isso era um concurso de punheta. Acrescenta Floriano.
- Eu fui o vencedor do último. Com um sorriso maroto e nostálgico Afrânio faz o comentário.

Todos riem da bobagem, Afrânio ri tanto que não consegue parar. Tem um acesso de tosse e pigarro, até que consegue finalmente dizer:

- Eu estou disposto a por meu título em disputa. Já levantando da cadeira e afrouxando o cinto.

Os outros riem mais um pouco, e Floriano levanta da sua cadeira dizendo.

- Eu o desafio.

Carlos e Gilberto ficaram atônitos, pois pensavam que era mais uma brincadeira entre eles. Carlos vê Gilberto levantar soltando o cinto e diz:

- Amigos, eu não vou participar disso, isso é deprimente; vejam só vocês senhores de respeito, pais de responsabilidade e dignidade.
- Você diz isso porquê tem pau pequeno Carlos! hahaha! Comenta Afrânio.
- Ah eu mostro pra você...

Emparedaram-se em direção a lareira, com as calças arriadas. Alguém comentou que seria nojento limpar aquilo depois, mas o comentário foi ignorado sem ser ouvido, seja de quem tivesse vindo.

Uma competição simples, ganhava quem conseguisse ejacular mais longe, o que para aqueles senhores, só o gozo já seria uma vitória. Então seguiram, sem muita pressa, sem ofrenesi de uma bronha adolescente ou a cadência de uma experiente, algo no ritmo que para eles era permitido.

Floriano, foi o primeiro a desistir da competição. A angina de esforço não lhe permitia mais esse tipo de disputa. Gilberto na sequência desistiu, pois não conseguiaenrijecer o seu membro.

Então ficaram Afrânio e Carlos em disputa, não se podia dizer que era um confronto de gigantes pois nenhum deles fazia jús a esse título, talvez um dia, mas não mais. E passados 20 minutos o jornalista suja as mãos, com o máximo que chegou. Afrânio continua até que também se suja, mas uma única gota espirra a cerca de 20cm a frente de onde estão seus pés.

Levanta os braços e fala:

- O maior campeão de todos os tempos!

Ao falar, cai do bolso uma cartela vazia dos famosos comprimidos azuis. Todos olham para aquilo se entre olham até que Carlos toma uma atitude.

- Trapaceiro!

Carlos não bateu com força, mas foi com a mão suja de porra que o fez. Talvez a cena mais degradante da vida daqueles senhores, Carlos subiu as calças e foi-se embora. Floriano e Gilberto também se foram, mas não sem deixar os olhares de reprovação e um leve balançar de cabeças de um lado para o outro, algo decepcionante na vida daqueles senhores.

Afrânio, ainda tentou falar qualquer coisa, mas viu o quanto a situação era estranha. Ter ganho a disputa daquele jeito, realmente não teria sido a melhor forma.

A Campainha toca, ele segurando as calças vai atender. À porta, uma mulher vestida de enfermeira em um traje muito justo em seu corpo escultural, cabelos e olhos pretos como a noite, muito parecida com uma índia, belíssima.

- Doutor Afrânio?
- Sim, sou eu.
- Sou a acompanhante que a agência mandou.
- Por favor, entre.
- Me disseram que seria uma festa para quatro.
- Bom, você vai ter de se contentar apenas comigo.
- Isso na sua cara é o que estou pensando?
- Longa história, entre entre, temos muito o que fazer.

Fechou a porta e teve de aproveitar a surpresa que tinha preparado para os amigos, sozinho. Como seria sua vida, dali em diante. O que justificava o porquê de ter tomado o tal comprimido azul.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Corra, Marcelo, corra!

Era perto da meia noite quando Gisela ligou para Marcelo.

- Oi meu lindo, queria que você soubesse que tou perto da sua casa esperando o meu ônibus. Liguei só para dizer que fico feliz em saber que estou perto de ti mesmo não dando para te ver.
- Meu amor espera, eu vou aí.
- Marcelo, o último ônibus vai passar, em 2 minutos e tu sabe que é difícil deles atrasarem.
- Tá, mais vou mesmo assim. Tou indo, tou indo, um beijo.
- Um beijo.

E ele estava dorminhoco mas despertou em riste, havia sido um péssimo dia de trabalho, pôs uma calça e uma camiseta. E saiu correndo sem dizer nada. As pessoas com quem ele dividia apartamento, não entenderam o que acontecia, ele não parou para explicar.

Eram dois quarteirões até o ponto de ônibus, ele como um louco saiu correndo. Na cabeça ecoava algo como "Corre, Forest, Corre!" e corria. Ao se aproximar do ponto, viu o ônibus a 100 metros parado no sinal vermelho. Correu, correu e chegou onde queria.

Nem era dia de lua cheia, mas era como se fosse. Um céu noturno daquele tom que você não sabe se é preto ou um roxo muito escuro. Mas havia algo no clima que parecia haver uma iluminação além da pública, fosse o amor provavelmente.

Num ponto de ônibus lotado, ele ali ofegante procurava por Gisela. Com os pés e pescoço esticados tentando enxergá-la, o coletivo já se aproximava e por de trás dele ela surge cutucando-o com o indicador da mão direita nos ombros.

- Oi meu lindo. Como é bom te ver.
- Também acho bom te ver. Vim te trazer um beijo.

E se beijaram. Ela fez uma cara de envergonhada e sorriu como se nenhum dos outros beijos tivesse sido tão especial quanto aquele. Todas as outras pessoas já haviam subido no ônibus e ela disse.
- Te gosto.
- Te gosto também.

Ele ali com cara de bobo ficou esperando o ônibus partir e não mais poder ver Gisela. Ela pensou "gosto dele, mas ele podia ser menos infantil e me pedir para dormir com ele" enquanto ele pensava "Eu poderia ter dito ao telefone para ela dormir em casa, mas eu nunca teria essa história para contar".

Ficou alí por longos 5 minutos e decidir voltar para casa, apreciando a lua que não existia iluminar somente o seu caminho.